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CVA
Centro
de
Vacinação
de Adultos
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Vacinas contra sarampo,
rubéola
e caxumba
Terezinha Marta P.P.
Castiñeiras &
Fernando S. V. Martins
A
profilaxia
contra
sarampo
(
measles),
caxumba
(
mumps) e
rubéola
(
rubella) pode ser feita com a MMR (SRC ou "tríplice
viral"). Trata-se de uma suspensão
de vírus vivos atenuados e veiculados em um meio estéril,
destinada à aplicação por via intramuscular ou
subcutânea.
A administração simultânea destes componentes
é
tão eficaz (>95%) quanto o uso de cada vacina isolada
("monovalente"), com a vantagem
de reduzir o número de aplicações. A
vacina que foi utilizada na campanha de 2001-2002, que teve como
população
alvo mulheres entre 15 e 29 anos, foi a "dupla viral" (
sarampo
e
rubéola).
As contra-indicações e os efeitos colaterais da "dupla
viral"
são semelhantes aos da MMR.
A
MMR deve
ser administrada preferencialmente após o primeiro ano de vida,
no intuito de minimizar uma possível interferência na
resposta
ao estímulo vacinal do sarampo
por anticorpos maternos, adquiridos passivamente pela criança
durante
a gestação. No Calendário
Básico de Vacinação atual está prevista
a aplicação da MMR
para crianças em duas doses, a primeira aos doze meses e a
segunda entre 4 e 6 anos. A vacina também está
disponível nos Centros
Municipais de Saúde para adolescentes
e adultos
(mulheres até 49 anos e homens até 39 anos). Como o
vírus vacinal não é transmissível, os
contactantes não
imunes de
pessoas que tenham contra-indicações, inclusive contactantes
de gestantes e imunodeficientes,
podem e
devem
ser vacinados contra
a rubéola.
A
vacinação
com a MMR também pode ser utilizada como medida
estratégica
de bloqueio diante da ameaça de surtos e epidemias, tal como
ocorreu
em 1997 nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo. O objetivo
é
a proteção dos indivíduos sob risco de adquirir a
doença, isto é, os que não tiveram
sarampo
e que não foram vacinados, ou foram possivelmente vacinados de
forma
inadequada (dose única de vacina para o
sarampo
antes de um ano de vida ou vacinação feita antes de
1968).
A prioridade da vacinação é para contactantes de
casos
de
sarampo
e grupos populacionais
com alto risco de exposição, como os profissionais de
saúde. Em contactantes
não
imunes, a MMR quando
feita até 72 horas depois do contato, pode impedir o desenvolvimento de
sarampo, porém não é capaz
de evitar a
rubéola
e nem a
caxumba.
Entretanto,
também
os contactantes
não imunes
de pessoas com
rubéola ou com
caxumba sempre devem ser vacinados
o mais precocemente possível, uma
vez que a transmissão pode ainda não ter ocorrido e
é prudente evitar a possibilidade de infecções
futuras.
Efeitos
colaterais
Para
evitar
a infecção natural pelos vírus do
sarampo,
rubéola
e caxumba,
a imunização é claramente
importante, eficaz e bastante segura. Os para-efeitos com a MMR
são
pouco freqüentes e geralmente desprovidos de gravidade, como febre
(5-15%) e
rash cutâneo (5%), que surgem entre o 5o e o
12o
dia após a vacinação. Pode ainda ocorrer artralgia
e discreto aumento parotídeo (em razão do componente da
caxumba).
Os para-efeitos mais graves, como encefalite associada ao componente do
sarampo
(<1:1000000 de doses) e púrpura (secundária à
redução do
número de plaquetas)
associada ao componente da
rubéola,
são raríssimos e consideravelmente menos freqüentes
que os mesmos agravos decorrentes da infecção natural. As
reações graves (anafiláticas) são
extremamente raras.
O risco de para-efeitos da vacina não aumenta em
indivíduos
que tiveram a infecção natural ou receberam dose
prévia
da vacina com vírus atenuado.
Contra-indicações
A
MMR, assim
como todas as vacinas de vírus atenuado, está
contra-indicada
durante a gestação e esta deve ser evitada nos 30 dias
que sucedem a aplicação. Como regra geral,
a vacina não deve ser utilizada em imunodeficientes, exceto em
situações
especiais em que o risco da doença é consideravelmente
superior
ao imposto pela vacina (indivíduos infectados pelo HIV em
áreas
de elevada prevalência de
sarampo).
No caso de antecedentes de reações alérgicas
à
vacina ou a qualquer um dos seus componentes (incluindo ovo, neomicina
e gelatina), caberá ao médico responsável a
avaliação
quanto à realização do procedimento. Há
contra-indicação
em indivíduos com história de reação
alérgica
grave (anafilaxia) devida a dose anterior da vacina.
É
prudente
adiar a vacinação em indivíduos com febre,
até
que esta desapareça. Deve-se também adiar a
vacinação
em pessoas que fizeram uso de sangue ou derivados nos meses anteriores
(possível inativação da vacina). Nos
indivíduos
com história de convulsão deve-se utilizar
antitérmicos
entre o 5° e o 12° dia após vacinação. Não devem
ser usados medicamentos que contenham na formulação o
ácido acetil-salicílico (AAS®,
Aspirina®,
Doril®,
Melhoral®
etc), pelo risco de ocorrerem
sangramentos (raramente
pode ocorrer diminuição do número de plaquetas) e,
em crianças, também pela possibilidade de Síndrome
de Reye (doença rara, de alta letalidade, caracterizada pelo
comprometimento do sistema nervoso central e do fígado associado
ao uso desta
droga durante infecções virais em crianças). Como
as infecções induzidas pelos vírus atenuados
presentes
na vacina MMR não são potencialmente
transmissíveis
não há riscos no contato do indivíduo vacinado com
imunodeficientes e gestantes.
O Cartão de Vacinação
é
um documento de comprovação de imunidade, sendo
responsabilidade
das Unidades de Saúde
emití-lo ou atualizá-lo por
ocasião da administração de qualquer vacina. Deve
ser guardado junto com documentos de identificação
pessoal.
É importante que seja apresentado nos atendimentos
médicos
de rotina e fundamental que esteja disponível nos
casos
de acidentes. |
Atualizado em 19/10/2006, 23:12 h
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